Personalidade para a psicologia
- Espaço Psi
- 4 de jul. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 8 de jan. de 2023
A parábola hindu “Os sábios cegos e o elefante” nos faz pensar na complexidade da natureza humana e o quanto é difícil buscar uma generalização sobre o termo “personalidade”.
Na parábola, o elefante pode ser comparado a determinado evento ou fato, que ao ser analisado pelas suas partes, não traria a visão do todo.

Resumidamente, a parábola é assim:
Um dos sábios cegos disse que o animal era parecido com uma árvore (ele analisou as patas), outro disse que era parecido como uma lança (analisou as presas) e assim por diante... Até que um sétimo sábio cego pediu para uma criança desenhar na areia a figura do animal e ao tatear seus contornos percebeu que todos os sábios estavam ao mesmo tempo certos e iludidos.
Fadman, no livro teorias da personalidade, diz que “[...] cada teórico tem compreensão profunda de uma parte do todo, mas, às vezes, ao invés de reconhecer que é apenas uma parte, ele tenta convencer os outros de que a porção que abrange é ou a mais importante ou o elefante inteiro.” (Fadman, 1986).
Tendo a concordar com Jung quando diz que "[...] cada qual carrega a tocha do conhecimento por um certo trecho do percurso, só até entregá-la a outro.” (Jung, 2013).
As fontes para as diversas teorias da personalidade existentes estão pautadas tanto em observações clínicas quanto científicas e isso vai muito além do papel que as pessoas desempenham na sociedade.
Para se apropriar ou passar a usar uma definição de personalidade é preciso que se concorde, minimamente, com os pressupostos balizadores de uma determinada estrutura referencial teórica, pois “[...] nenhuma definição substantiva de personalidade pode ser generalizada. [...] dependerá inteiramente de sua preferência teórica.” (Calvin, 2007).
Irei colocar aqui a definição de personalidade para a abordagem psicológica de Carl Gustav Jung, conhecida como Psicologia Analítica:
Pernonalidade é a realização máxima da índole inata e específica de um ser vivo em particular. [...] é a obra a que se chega pela máxima coragem de viver, pela afirmação absoluta do ser individual, e pela adaptação, a mais perfeita possível, a tudo que existe de universal, e tudo isto aliado à máxima liberdade de decisão própria. […] jamais poderá desenvolver-se se a pessoa não escolher seu próprio caminho, de maneira consciente e por uma decisão consciente e moral. (Jung, 2014).
Discutiremos em outras postagens a estrutura conceitual básica da teoria de Jung, abordagem da Psicolologia Analítica.
Referências bibliográficas:
Fadiman, James. et. al. Teorias da personalidade. São Paulo: HARBRA, 1986
Hall, S. Calvin. et. al. Teorias da personalidade. Porto Alegre: Artmed, 2007
Jung, C. G. A prática da psicoterapia. 16. ed. Petrópolis: Vozes, 2013. (Obras completas, v. 16/1)
Jung, C. G. O desenvolvimento da personalidade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. (Obras completas, v. 17)
Opmerkingen