O estágio da confissão
- Espaço Psi
- 8 de jan. de 2023
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Como informado na postagem anterior, vamos agora dar mais informações a respeito do primeiro estágio da psicoterapia, o da confissão.
Jung (2013) inseriu a confissão no rol das etapas do tratamento psicológico global, por conta de sua função peculiar, a de ser reconciliadora, destacando que "As origens de qualquer tratamento analítico da alma estão no modelo do Sacramento da Confissão.".
Ele cita, ainda, o provérbio:
“Solta o que tens, e serás acolhido”, com o propósito de considerá-lo como lema desta primeira fase da psicoterapia.
A ação de devolver à consciência conteúdos até então secretos, torna-se uma tarefa essencial, que possibilitará a personalidade individual ser integralmente percebida e vir a desfrutar de liberdade ética, pois o que estaria oculto de si é como um segredo, e segredo, neste sentido, acarretaria dano a harmonia da vida. Este segredo seria também formado por afetos individuais contidos ou por emoções reprimidas, tendo como reação natural possível, o sofrimento psíquico, levando em conta a consciência ou não do que se oculta, bem como a evidência de que ter consciência desses fatos é menos prejudicial que não ter.
Na prática clínica, a atitude de espírito por parte do consulente de revelar aquilo que se acha em segredo, é vista como salutar e de extrema relevância, pois ao trazer para a consciência aspectos da vida que são de difícil aceitação, mesmo que tenham a participação de entes externos, sempre as decisões terão sido tomadas unilateralmente, sendo, portanto, de sua inteira responsabilidade. Este entendimento trará à tona a variável da absolvição e do acolhimento, visto que não há ser-no-mundo imune à sua natureza.
No próximo artigo, falaremos sobre o estágio do esclarecimento.
Referência bibliográfica:
Jung, C. G. A prática da psicoterapia. 16. ed. Petrópolis: Vozes, 2013. (Obras completas, v. 16/1).
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